domingo, 29 de março de 2009

E as palavras já não dizem mais nada. Novamente.


Não é que você não seja nada, meu amor. Você apenas não consegue ver nos meus olhos agora, toda a tristeza, e as lágrimas que insistem em cair. Você não consegue ver o meu coração, que sangra, apertadinho em algum canto. Você apenas não consegue ver a minha esperança se esvaindo por alguma ruela escura e porcamente pisoteada por mendigos e animais. Não pode ver porque eu estou há alguns bons quilômetros de você, dos seus olhos, dos teus medos, dos teus sorrisos que já não sorriem mais. Tantas foram as palavras que usei contigo, tantas foram as gargalhadas, e as juras, e os planos. Cada um deles devidamente guardado em uma gavetinha do meu porta-jóias, maldosamente chamado de coração. Meu amor, mal sabes tu as noites que passei imaginando teu abraço, imaginando-te apenas. Tantas vezes tentei expressar em palavras o que o sinto por dentro, o que nem os anjos explicam. Já tentei te falar que todas as coisas no mundo me levam, de alguma forma, a lembrar do teu de você; e, meu amor, isso é muita coisa. Mas agora, inexplicavelmente, você está derramando-se por entre meus dedos e eu não consigo mais te segurar. Os quilômetros que nos separam nunca feriram-me tanto. Meu Deus, como dói. Você não é apenas alguém, no qual não consguem - alguns tolos, sinto informar - enxergar. Você é apenas tudo. Tudo o que eu preciso, tudo o que eu respiro, tudo o que eu vejo, tudo o que eu sinto, tudo o que meu dia precisa pra ser belo, mesmo que esteja no maior dos temporais. E isso não é pouco. Tornastes visível a partir do momento em que me ensinastes o que é o amor. Você é apenas tudo. É apenas a minha manhã de sol pedindo para brilhar.
E você é apenas...

apenas...

apenas...
E as palavras já não dizem mais nada. Novamente.


Créditos totais: Bruna.

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